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terça-feira, 29 de março de 2011

A coisa mais certa da vida!

"Não tenho medo da morte mas, da desonra".

Essa fala é do ex-Presidente José Alencar.
Que faleceu, na tarde de hoje.
Foi um Vice muito lembrado.
Aspecto que me marcou com relação a ele.
O fato de ser muito lembrado.
Fato raro, em se tratando de um "Vice".
Fato que comentamos, nós Professores, hoje no fim do dia de trabalho, enquanto esperávamos o ônibus para voltarmos para as nossas casas.
Outro coisa que comentamos, é o fato de como a morte de pessoas famosas nos emocionam, como se, por acaso, fossemos íntimos de quem morreu...
Aí comentei, que a única vez que me emocionei mesmo com relação a isso, foi quando da morte do jogador de futebol Denner.
E expliquei, que não sabia o motivo...
Talvez por admirar seu futebol...
Talvez porque ele havia sido jogador do meu Grêmio...
Não sei explicar até hoje...
Mas me emocionei...
E, foi único caso desse tipo, algo como coisa de fã...
Buenas!
Conto isso porque, passando pelo "Blog do Juca Kfouri", vi uma homenagem a ele, Denner.
E me lembrei da conversa no ponto de ônibus.
Coincidência!!!
E resolvi assim, lembrá-lo!!!
O texto, da homenagem, que foi escrito por Armando Nogueira (falecido, também), é muito bom, tanto que resolvi reproduzir por aqui...
Para lembrar do passado...
E me lembrar de como gosto de futebol...
É...
Coisa de fã!
...
A morte silencia os pés de Dener.

Pés polêmicos. Angelicais.
Não o conheci pessoalmente. Conheço-o, apenas, de colossais cintilações com a bola. Vi-lhe, porém, mil vezes, o rosto na televisão. Tinha olhos de desenho animado. Redondinhos. Duas bolinhas de meia. Levemente, tristes. Olhar de drible. Dissimulado de quem pressentia um golpe traiçoeiro da vida. Morreu dormindo. Só assim mesmo: desperto, teria driblado o destino.
Desde Garrincha, ninguém driblou neste mundo com a graça e a audácia de Dener. Oferecia a bola, sonso e doce manjar. O rival, de bote armado. Infausta missão. Dener saía, fogoso, fagueiro, a versejar com a bola, sua musa. Ela, só dele. Se não era poeta, Dener jogava um futebol poético. Seus dribles hão de pulsar sempre no meu peito que, agora, se consome de tristeza.
É mais uma alegria que se vai do futebol. Como tantas que se foram noutros pés, agora, relembrados, com infinda saudade. Pés poéticos, que reiventaram a árida geometria do futebol. Quando o via a driblar e fintar meio mundo, eu me perguntava, morto de inveja: de que servem meus pés, se Deus não me ensinou a driblar como Dener?
Consola-me imaginar que o anjo que levou Dener deste mundo é o mesmo que alçou os pés de Garrincha, no vôo derradeiro.
Consola-me saber que, enfim, Dener está liberto de chuteiras, de escudos, de críticas, de palmas, de bandeiras. Consola-me, Dener, saber que driblarás, agora, sem tensão,  no silêncio do teu céu. Como Canhoteiro, jogarás de pés descalços. Como Garrincha, peito nu. Intangíveis feito a tarde musical dos campos em delírio.
Três anjos do futebol celestial.
Confesso que tu partes, Dener, sem me ter feito um grande favor. Sempre esperei de ti que, um dia, ainda haverias de driblar, de uma vez, os dois times de um mesmo jogo: o teu e o dos outros; e que haverias de entrar, magnífico, com bola e tudo, nos dois gols, ao mesmo tempo. Porque tua bola, anjo Dener, sempre rolou acima do bem e do mal. Nem derrota, nem vitória. Só devaneio. Tua bola nunca foi a bola dos homens, que é meio de vida. Tua bola sempre foi e será a bola dos meninos, que é fantasia, apenas.
Teus troféus, que eu saiba, foram todos esculpidos no tempo e no vento. Na pureza da grama que florescia de teus dribles. Flor de tantas relvas por teus pés pisadas.
E porque me lembras outro menino, na efêmera eternidade de um drible, despeço-me de ti, com a mesma prece com que me despedi de Garrincha:
Onde quer que estejas, cuida bem de ti, porque, um dia, hás de voltar à brisa dos campos como a lua que volta ao pátio dos poetas.

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