Buenas! Bem Vindo ao Blog do Prof. Diego - "Tema Gerador".

Esse blog é destinado a informar e construir conhecimento referente a diversos assuntos do cotidiano. Sempre a partir de um "Tema Gerador" retirado de falas presentes no mundo real ou virtual de nossas vidas e com a intenção de transformar a realidade!

Aproveite, opine e indique!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vídeo da Sexta!!!



E, junto com o vídeo deixo dois links do sítio "Conversa Afiada"...
O primeiro traz o lançamento do "PRONATEC"...
É a Presidenta Dilma cumprindo suas promessas...
Clica aí:
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/29/dilma-manda-bolsa-vagabundagem-para-a-escola/
O segundo, traz uma sátira de Luis Fernando Veríssimo...
Para se entender um pensamento de "elite"...
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/04/29/verissimo-trata-do-preconceito-contra-lula/
...
Pra começar o fim de semana!
Buenas...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

1/3 para planejamento!!!

"Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos".

Essa fala estará na Constituição Federal.
Lei máxima em nosso País.
Boa notícia para nós, Professores.
Boa!
Ótima, não.
Porque, os senhores "juízes" não "validaram" a Lei para todo o Brasil.
Deixando aberto, espaço para novos recursos...
1/3 para planejamento de aula, de programas...
Não é o ideal, mas estamos perto!
Haverá um dia em que esta Profissão será realmente valorizada!!!
(???)
Vou deixar um link sobre a decisão do "Supremo" Tribunal Federal...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Revolução da gordura...

Reproduzo um post do blog "O Esquerdopata".
Que traz um texto publicado por Antonio Prata.
...
Pode parecer engraçado...
Mas, é uma boa reflexão!

Gordos do mundo, uni-vos!

 Antonio Prata, na Falha de S. Paulo
Há em vosso guloso descontrole uma nota de revolta contra um mundo que encolhe
A segunda metade do século 20 assistiu à fragmentação das lutas e ao alargamento dos direitos: os negros se organizaram, as mulheres se organizaram, os judeus se organizaram, os gays se organizaram -até os ruivos, ouvi dizer, têm associações contra o preconceito cromocapilar que, parece, sofrem por aí.

Ótimo. Hoje, o sujeito pensa duas vezes antes de pintar suásticas ou enfiar um cone branco na cabeça, vestir os lençóis da cama e sair queimando cruzes pelas ruas. O problema é que sobrou uma única minoria, desarticulada e sem líderes, tomando na cabeça todos os cascudos que os últimos séculos dividiram entre os grupos supracitados: os gordos.

Na supremacia magra em que vivemos, já não se medem mais crânios para atestar a superioridade de ninguém, medem-se abdomens. O gordo, hoje, anda com os ombros curvados e os olhos baixos, como o judeu na Alemanha, em 1933, os negros, durante o Apartheid, uma mulher ou um gay num ônibus, tomado pela Gaviões da Fiel. Ainda não há campos de extermínio para obesos nem leis impedindo seu ir e vir, mas, pelas esquinas e mesas de bar, pelas praias e parques, podem-se ouvir os cochichos, cada vez menos discretos: "Deus do céu, será que ele não tem vergonha na cara?!", "Devia ser proibido uma mulher dessas usar biquíni!", "Se fosse um filho meu, internava num SPA!".

A ciência decretou, a moda difundiu, nossos superegos aceitaram: gordo é errado. Gordo é um descontrolado -e o autocontrole, hoje em dia, é tudo. Prega o espírito de nossa época que cada um de nós é uma empresinha a ser racionalmente administrada, e, no balancete diário de nossos corpos, o acúmulo de calorias é como um deficit econômico.

O gordo é um latifúndio improdutivo, máquina parada, ciclo vicioso.

Ok: o brasileiro anda comendo mal. De fato, cada degrau que ascendemos na escala social é um buraquinho que alargamos no cinto. É bom que o governo faça campanhas por hábitos mais saudáveis, que as escolas ensinem educação alimentar, que meu querido Drauzio Varella nos lembre que nem só de papilas gustativas vive o homem; que, de coxinha em coxinha, nossas artérias vão acabar entupidas como a avenida Rebouças, às 6h da tarde.

O preconceito, contudo, essa campanha raivosa que trata a todos aqueles que não se encaixam no diet-zeitgeist como se fossem poltergeists, não nasce da preocupação com o outro. É o ressentimento que faz com que as bocas que se fecham tão estoicamente à comida abram-se vorazmente para maldizer os gordos.

Pois o gordo, meus caros, é o novo libertino. Quando o sexo era proibido, a prostituta era "feita pra apanhar", era "boa de cuspir". Hoje, com o sexo como totem e o torresmo como tabu, os que trocaram a penitência diária pelas abdominais e a hóstia pela granola, buscando a transcendência pela contenção, ficam indignados com a banha alheia. Por que é que eu preciso sofrer tantas privações, pensam eles, enquanto outros podem viajar na maionese?

Gordos do mundo, uni-vos! Ostentais as panças com orgulho. Há em vosso guloso descontrole uma nota de revolta contra um mundo que encolhe; um mundo que, cada vez mais, quer menos -em todos os sentidos.

@antonioprata

Quem quer ser um Professor???

"A sessão está suspensa, até esses baderneiros pararem."

Essa fala foi feita pelo vereador Itamar Agnoletto, Presidente (?) da Câmara de Vereadores de Chapecó.
Durante a votação do projeto (?) de lei que reajusta os salários dos servidores públicos municipais.
Projeto (?) que dá 1,2% de aumento "real" mais a inflação...
E os "baderneiros", ao qual ele se dirigiu, eram os muitos servidores que estavam presentes à sessão.
Que estavam em manifesto, em luta de um salário decente.
E, uma boa parte desses "baderneiros" são Professores.
Inclusive, esse, que escreve estas meras palavras...
...
Vou reproduzir uma matéria da revista "Carta Capital":

Quem quer ser professor?

Baixos salários, desvalorização e falta de plano de carreira afastam as novas gerações da profissão docente. Mas há quem não desista. Por Tory Oliveira. Foto: Masao Goto Filho
Você é louca!” “É tão inteligente, sempre gostou de estudar, por que desperdiçar tudo com essa carreira?” Ligia Reis (foto a dir.), de 23 anos, ouviu essas e outras exclamações quando decidiu prestar vestibular para Letras, alimentada pela ideia de se tornar professora na Educação Básica. Nas conversas com colegas mais velhos de estágio, no curso de História, Isaías de Carvalho, de 29 anos, também era recebido com comentários jocosos. “Vai ser professor? Que coragem!” Estudante de um colégio de classe média alta em São Paulo, Ana Sordi (foto a esq.), de 18 anos, foi a única estudante de seu ano a prestar vestibular para Pedagogia. E também ouviu: “Você vai ser pobre, não vai ter dinheiro”. Apesar das críticas, conselhos e reclamações, Ligia, Isaías e Ana não desistiram. No quinto ano de Letras na USP, Ligia hoje trabalha como professora substituta em uma escola pública de São Paulo. Formado em História pela Unesp e no quarto ano de Pedagogia, Isaías é professor na rede estadual na cidade de São Paulo. No segundo ano de Pedagogia na USP, Ana acompanha duas vezes por semana os alunos do segundo ano na Escola Viva.
Quando os três falam da profissão, é com entusiasmo. Pelo que indicam as estatísticas, Ligia, Isaías e Ana fazem parte de uma minoria. Historicamente pressionados por salários baixos, condições adversas de trabalho e sem um plano de carreira efetivo, cursos de Pedagogia e Licenciatura – como Português ou Matemática – são cada vez menos procurados por jovens recém-saídos do Ensino Médio. Em sete anos, nos cursos de formação em Educação Básica, o núsmero de matriculados caiu 58%, ao passar de 101.276 para 42.441.
Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil. Não por acaso, a valorização do educador é uma das principais metas do novo Plano Nacional de Educação. Uma olhadela na história da educação mostra que não é de hoje que a figura do professor é institucionalmente desvalorizada. “Há textos de governadores de província do século XIX que já falavam que ia ser professor aquele que não sabia ser outra coisa”, explica Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, coordenadora da pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios. No entanto, entre as décadas de 1930 e 1950, a figura do professor passou a ter um valor social maior. Tal perspectiva, porém, modificou-se novamente a partir da expansão do sistema de ensino no Brasil, que deixou de atender apenas a elite e passou a buscar uma universalização da educação. Desordenada, a expansão acabou aligeirando a formação do professor, recrutando muitos docentes leigos e achatando brutalmente os salários da categoria como um todo.
Raio X
Encomendada pela Unesco, a pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios revelou que, em geral, o jovem que procura a carreira de professor hoje no Brasil é oriundo das classes mais baixas e fez sua formação na escolas públicas. Segundo dados do questionário socioeconômico do Enade de 2005, 68,4% dos estudantes de Pedagogia e de Licenciatura cursaram todo o Ensino Médio no setor público. “De um lado, você tem uma -implicação muito boa. São jovens que estão procurando ascensão social num projeto de vida e numa profissão que exige uma formação superior. Então, eles vêm com uma motivação muito grande.”
É o caso de Fernando Cardoso, de 26 anos. Professor auxiliar do quinto ano do Ensino Fundamental da Escola Viva, Fernando é a primeira pessoa de sua família a completar o Ensino Superior. Sua primeira graduação, em Educação Física, foi bastante comemorada pela família de Mogi-Guaçu, interior de São Paulo. O mesmo aconteceu quando ele resolveu cursar a segunda faculdade, de Pedagogia.
Entretanto, pondera Bernardete, grande parte desse contingente também chega ao Ensino Superior com certa “defasagem” em sua formação. A pesquisadora cita os exemplos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que revela resultados muito baixos, especialmente no que diz respeito ao domínio de Língua Portuguesa. “Então, estamos recebendo nas licenciaturas candidatos que podem ter dificuldades de linguagem e compreensão de leitura.”
Segundo Bernardete, esse é um efeito duradouro, uma vez que a universidade, de forma geral, não consegue suprir essas deficiências. Para Isaías Carvalho, esta é uma visão elitista. “Muitos professores capacitados ingressam nas escolas e estão mudando essa realidade. Esse discurso acaba jogando toda a culpa nos professores”, reclama.
Desde 2006, Isaías Carvalho trabalha como professor do Ensino Fundamental II e Ensino Médio em uma escola estadual em São Paulo. Oriundo de formação em escolas públicas, Isaías também é formado pelo Senai e chegou a trabalhar como técnico em refrigeração. Só conseguiu passar pelo “gargalo do vestibular” por causa do esforço de alguns professores da escola em que estudava na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Voluntariamente, os professores davam aulas de reforço pré-vestibular de graça para os alunos, nos fins de semana. “Os alunos se organizavam para comprar as apostilas”, lembra. Foi durante uma participação como assistente de um professor na escola de japonês em que estudava que Antônio Marcos Bueno, de 21 anos, resolveu tornar-se professor. “Um sentimento único me tocou”, exclama. Em busca do objetivo, saiu de Manaus, onde morava, e mudou-se para São Paulo. Depois de quase dois anos de cursinho pré-vestibular, Antônio Marcos está prestes a se mudar para a cidade de Assis, no interior do Estado, onde vai cursar Letras, com habilitação em japonês.
Entretanto, essa visão enraizada na cultura brasileira de que ser professor é uma missão ou vocação – e não uma profissão – acaba contribuindo para a desvalorização do profissional. “Socialmente, a representação do professor não é a de um profissional. É a de um cuidador, quase um sacerdote, que faz seu trabalho por amor. Claro que todo mundo tem de ter amor, mas é preciso aliar isso a uma competência específica para a função, ou seja, uma profissionalização”, resume Bernardete.
Contra a corrente
Ainda assim, o idealismo e a vontade de mudar o mundo ainda permanecem como fortes componentes na hora de optar pelo magistério. Anderson Mizael, de 32 anos, teve uma trajetória diferente da maioria dos seus colegas da PUC-SP. Criado na periferia de São Paulo, Anderson sempre estudou em escolas públicas. Adulto, trabalhou durante cinco anos como designer gráfico antes de resolver voltar a estudar. Bolsista do ProUni, que ajuda a financiar a mensalidade, Anderson é um dos poucos do curso de Letras que almejam a posição de professor de Literatura. “Eu tenho esse lado social da profissão. O ensino público está precisando de bons professores, de gente nova”, explica ele, que acaba de conseguir o primeiro estágio em sala de aula, em uma escola no Campo Limpo, zona sul da capital. Ana, que hoje trabalha em uma escola de elite, sonha em dar aula na rede pública. “São os que mais precisam.” “Eu sempre quis ser professora, desde criança”, arremata Ligia.
A empolgação é atenuada pela realidade da escola – com as já conhecidas salas lotadas, falta de material e muita burocracia. Ligia Reis reclama. “Cheguei, ganhei um apagador e só. Não existe nenhum roteiro, nenhum amparo”, conta. “Às vezes, você é um ótimo professor, tem várias ideias, mas a escola não ajuda em nada”, desabafa. Ligia também conta que, para grande parte de seus colegas de graduação, dar aula é a última opção. “A maioria quer ser tradutor ou trabalhar em editoras. É um quadro muito triste.”
Como constatou Ligia, de forma geral, jovens oriundos de classes mais favorecidas, teoricamente com uma formação mais sólida e maior bagagem cultural, acabam procurando outros mercados na hora de escolher uma profissão. “Eles procuram carreiras que oferecem perspectivas de progresso mais visíveis, mais palpáveis”, explica Bernardete. Um dos motivos que os jovens dizem ter para não escolher a profissão de professor é que eles não veem estímulo no magistério e os salários são muito baixos, em relação a outras carreiras possíveis. “Meu avô disse para eu prestar Farmácia, que estava na moda”, lembra Ana.
A busca pela valorização da carreira de professor passa também, mas não somente, por políticas de aumento salarial. Além de pagar mais, é preciso que o magistério tenha uma formação mais sólida e, principalmente, um plano de carreira efetivo. “Um plano em que o professor sinta que pode progredir salarialmente, a partir de alguns quesitos. Mas que ele, com essa dedicação, possa vir a ter uma recompensa salarial forte”, conclui a pesquisadora.
Anderson, Ligia, Ana, Isaías, Antônio e Fernando torcem para que essa perspectiva se torne realidade. “Eu acho que, felizmente, as pessoas estão começando a tomar consciência do papel do professor. É uma profissão que, no futuro, vai ser valorizada”, torce Anderson. “É uma profissão, pessoalmente, muito gratificante.” “Às vezes, eu chego à escola morta de cansaço, mas lá esqueço tudo. É muito gostoso”, conta Ana.

Um pouco sobre a China!

"A China, hoje, é o motor do Mundo."

Essa fala é minha.
E fiz esses dias.
Durante uma conversa, com um amigo meu após um "futizinho".
Conversávamos sobre a visita da Presidenta Dilma.
Sobre os acordos fechados.
Um deles beneficiando o estado de Santa Catarina, onde vivemos...
Enfim, conversamos sobre a importânica da China, sobre seu modelo político e sobre as críticas que se fazem à China.
Muitas delas, acreditamos serem equivocadas...
Buenas!
E, passando agora há pouco pelo sítio da "Carta Maior", encontrei um excelente texto que traz um monte de informações sobre esse grande País.
Principalmente, sobre suas estratégias políticas para o futuro.
Organização...
E coletiva!
É um bom texto para ser lido.
Vou deixar o link aqui no blog...
Conhecimento, nunca é demais.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Questão de esclarecimento!

"Por qual motivo, pra nós é tão cara?"

Essa fala foi feita por uma Professora, colega minha.
Ela falou isso hoje, durante o almoço na Escola onde trabalhamos.
E falava, da alta dos preços em geral.
Mas com preocupação maior no preço da gasolina.
Coisa, que ela dizia, não entender o motivo?
Tentei explicar alguma coisa...
Lembrando que o petróleo teve uma grande alta por causa dos conflitos na Líbia, no Oriente Médio...
Que o álcool teve alta no preço por causa das questões ligadas à produção de cana-de-açúcar...
E que, acreditava, que o principal motivo da alta dos preços em geral era uma questão de ambição.
Ambição de quem vende...
Que aproveita, que o poder de compra da população deu uma aumentada e, cresce o "olho"...
E, também, que infelizmente, não eram só os preços que tinham aumentado...
Mas, nossos salários (ao contrário da maioria da população) não tiveram o mesmo "aumento".
Enfim...
Foi um bom debate...
Para um almoço.
Depois, dei uma visitada no sítio do Deputado Brizola Neto, o "Tijolaço" e encontrei um mais texto sobre o que tínhamos conversado em nosso almoço.
Um texto que traz uma explicação, por parte da Petrobras, sobre os preços da gasolina...
Que vou reproduzir aqui:

Petrobras: quem aumenta a gasolina são as usinas

A Petrobras está divulgando uma nota que não podia ser mais esclarecedora:
R$ 1,05. É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve redução de 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.”
Isso representa 28% do preço pelo qual vem sendo vendido o combustível. A empresa diz que o resto são 40% impostos (dos estados) e  e 11%margens de lucro dos distribuidores e postos (privados) e 22% o preço do álcool misturado à gasolina à razão de 25%.
Portanto, em 10 litros de combustível vendido – a R$ 3 o litro, no posto -  há 7,5 litros de gasolina, que custam R$ 7,88.  E 2,5 litros de álcool, que custam R$ 6,06.
O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42.
Custava, há pouco mais de uma semana. Porque já está em R$ 2,72, segundo a cotação do mercado, hoje.
Reduzir a quantidade de álcool anidro (não é o mesmo que o hidratado, vendido nos postos) vai obrigar a Petrobras a importar, pois a nossa capacidade de refino de gasolina está esgotada e os investimentos da Petrobras em ampliar o número de refinarias – R$ 40 bilhões – são de maturação demorada.
Ou o Governo entra de sola sobre o setor alcooleiro ou leva a culpa que não tem pelo aumento dos combustíveis.
Enquanto isso as multis vão avançando sobre a indústria sucroalcooleira, dominando o processamento da cana.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Inversão de prioridade!

"Na minha idade, quem vai me dar emprego."

Essa fala foi feita pela minha amada Mãe.
Explicando que, com a idade avançando, ficaria mais difícil de se conseguir um emprego.
E, não escutei isso só dela.
Ouvi de muitas pessoas, inclusive de pais de alunos meus.
É uma fala que retratava e retrata uma realidade.
O mercado de trabalho procura os jovens...
E, esquece dos "velhos"...
Quando ouvia isso, principalmente quando ainda não tinha um emprego, sentia que isso seria assim, para sempre.
Que nunca haveriam mudanças.
Mas, os tempos são outros.
Não que estajamos vivendo uma realidade, tipo, "as mil maravilhas".
Porém, se enxergam com clareza as mudanças que estão ocorrendo.
Hoje, ao meio-dia, li no sítio do Brizola Neto, o "Tijolaço", um post com sinais dessas mudanças...
E, vou reproduzir aqui...
E tem gente que falou mal do Lula...
E quer, agora, falar mal da Dilma...
Inversão de prioridade!
Emprego para todos...
E não, só para alguns!

Emprego cresce entre os mais velhos. Porque há emprego

Interessante a matéria “Emprego cresce mais na faixa acima de 50 anos”, publicada pela Folha de hoje. É bem verdade que o crescimento – se considerada a expansão do contingente da população pertencente a esta faixa etária – não foi tão díspar assim em relação ao pessoal de outras idades.
Os empregos para os “cinquentões” aumentou 56,1%. Acima, portanto, dos 46% de aumento no contingente desta idade. Mas em dezembro de 2002, último ano do Governo Fernando Henrique, o número era de 17,7 milhões nas regiões pesquisadas pelo IBGE.  Em março deste ano, segundo o IBGE, passou a 23,8. Portanto, o aumento geral de empregos nas seis regiões metropolitanas foi de 6,1 milhões, ou 34,5%, no período.
Ou seja, a expansão do emprego para o pessoal de mais idade deu-se num quadro de expansão geral do emprego e por causa disso.
Porque é neste contingente que, mais rapidamente, se encontram os níveis de preparo e experiência para algumas funções, sim, mas sobretudo porque havia um imenso “estoque” de desempregados nesta faixa, subproduto da era de desemprego e de desprezo aos mais velhas – lembram do “aposentado-vagabundo”?  – daquele período.
Aí do lado está o gráfico que recolhi de um trabalho acadêmico de Adriana Fortes e Adriana Arpon, mostrando a ínfima possibilidade de colocação no mercado de pessoas de mais idade durante os anos FHC (a pesquisa é de 1999).
Formou-se, ali, uma macabra conjugação entre ao “país velho” – nossas tradições, sonhos, sentimentos nacionais, desenvolvimento autóctone – e as “pessoas velhas” , “inservíveis” para a modernidade, naquela visão. Estes, passaram a ser “um fardo” a ser carregado, o que ficava claro no tratamento da Previdência Social.
Este é, aliás, o mais sadio efeito econômico – e nenhum efeito pode ser sequer comparado ao que isso provoca de mudança na vida pessoal, na autoestima e nas relações familiares, onde o desemprego é um verdadeiro ácido a corroê-las – desta “onda” de emprego. É a melhor e mais justa “reforma” previdenciária: ter emprego para continuar trabalhando (e contribuindo) enquanto houver vontade, capacidade e oportunidade e deixar de ter a aposentadoria precoce como única tábua de salvação para a falta de trabalho e emprego.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um texto de Emir (4)!!!

"Foi criada no Brasil uma nova maioria social e politica..."

A fala ali de cima, é de Emir Sader.
Feita em texto publicado pelo sítio "Carta Maior".
Que vou reproduzir aqui...
Este de número 4 da série, aqui no blog...
Que a opinião do autor sobre o futuro do país.
E seus reflexos para o modelo de sociedade!!!
Buenas...

Lula, Dilma e o futuro do Brasil

Os brasileiros foram decidindo, ao longo dos últimos anos, o tipo de país que queremos. Lula tornou-se o presidente de todos os brasileiros, ancorado em um modelo econômico e social de democratização do país. Reformulou o modelo econômico e o acoplou indissoluvelmente a políticas sociais de distribuição de renda, de criação de emprego e de resgate da massa mais pobre do país. Dilma pretende consolidar essa hegemonia também no plano político.

Mas a questão essencial, aberta, sobre o futuro do Brasil, não se dará nesses planos: o modelo econômico, submetido a difíceis e inevitáveis readequações, será esse, com aprofundamento e extensão das politicas sociais. A possibilidade do governo consolidar sua maioria e de se intensificar e estender a sangria da oposição, é muito grande.

A questão fundamental que decidirá o futuro do Brasil se dá no plano dos valores. Nosso país foi profundamente transformado em décadas recentes. Esgotado o impulso democrático pela frustração de termos um governo que democratizasse o país não apenas no plano político e institucional, mas também nas profundas estruturas injustas e monopólicas geradas e/ou consolidadas na ditadura, sofremos a ofensiva neoliberal dos governos Collor, Itamar e FHC, que não apenas transformaram o Estado e a sociedade brasileiros, mas também os valores predominantes no país.

O resgate no plano da economia e das relações sociais que o governo Lula logrou - e a que o governo Dilma dá continuidade – não afetou os valores predominantes instalados na década anterior. O justo atendimento das necessidades de acesso aos bens e serviços básicos de consumo da massa mais pobre da população foi acompanhada, pela retomada da expansão econômica, pela continuidade e a extensão dos estilos de consumo e dos valores correspondentes gerados no período anterior.

Que valores são esses? Eles se fundamentam na concepção neoliberal da centralidade do mercado em detrimento dos direitos, do consumidor em detrimento do cidadão, da competição em detrimento do justo atendimento das necessidades de todos. É o chamado “modo de vida norteamericano”, que se difundiu com a globalização e com a hegemonia mundial que os EUA conquistaram no final da guerra fria, com o fim do mundo bipolar e sua ascensão a única potencia global.

Trata-se de uma visão do mundo não centrada nos direitos, na justiça, na igualdade, mas na competição entre todos no mercado, esse espaço profundamente desigual e injusto, que não reconhece direitos, que multiplica incessantemente a concentração de riqueza e a marginalização da grande maioria.

A extensão do acesso ao consumo para todos e o monopólio dos meios de comunicação – concentrados em empresas financiadas pelos grandes monopólios privados – favoreceram que as transformações econômicas e sociais não tivessem desdobramentos no plano da ideologia, dos valores, no plano cultural e educativo. No momento em que a ascensão social das camadas pobres da população ganha uma dimensão extraordinária, o tema dos valores que essas novas camadas que conseguem, pela primeira vez, ter acesso a bens fundamentais, fica em aberto que valores serão assumidos por esses setores, majoritários na sociedade brasileira.

Não por acaso setores opositores, em meio a uma profunda crise de identidade, tentam apontar para essas camadas sociais ascendentes como seu objetivo, para buscar novas bases sociais de apoio. E o próprio governo tem consciência que na disputa sobre os valores desses setores ascendentes se joga o futuro da sociedade brasileira.

Há várias questões pendentes, preocupantes, com que o governo Dilma se enfrenta. As readequações da política econômica não conseguiram ainda dar conta da extensão dos problemas a enfrentar: taxas de juros altas e em processo de elevação, desindustrialização, riscos inflacionários, insatisfação com o aumento do salario mínimo – para citar apenas alguns.

Da mesma forma que as condições em que se dão obras do PAC revela como a acelerada busca dos objetivos do plano não levou devidamente em consideração as condições a que as empreiteiras submetem as dezenas de milhares de trabalhadores das obras mais importantes do governo federal. Jirau, Santo Antonio, Belo Monte – são temas que estão longe de ter sido devidamente equacionados.

As mudanças, mesmo se de nuance, na politica externa, suscitam perguntas sobre se a equilibrada formulação de perseguir o respeito aos direitos humanos sem distinção do país, se reflete na realidade, quando inseridas em um mundo extremamente assimétrico, em que, por exemplo, o Irã é denunciado, enquanto os EUA – por Guantánamo – e Israel – pela Palestina – não são tratados da mesma forma. Em que a Líbia é bombardeada, enquanto se trata de maneira diferenciada a países em que se dá o mesmo tipo de movimento opositor, como o Iémen e o Bahrein, para citar apenas alguns casos. Se iniciativas que impeçam que se trate, objetivamente, de dois pesos, duas medidas, não forem tomadas, o equilíbrio que se busca não se refletirá no conflitivo e desequilibrado marco de relações internacionais.

Mas a questão estrategicamente central - mencionada anteriormente - é a questão das ideias, dos valores, da cultura, das formas de sociabilidade. Nisso, as dificuldades na politica cultural (retrocessos, isolamento politico, ausência de propostas, falta de consciência da dimensão da politica cultural no Brasil contemporâneo), na educativa - com a indispensável e estreita articulação entre politicas educativas e culturais - e o seu desdobramento fundamental nas politicas de comunicação, são os elementos chave. Com a integração das políticas sociais – do Bolsa Família às praças do PAC -, das politicas de direitos – dos direitos humanos aos das mulheres e de todos os setores ainda postergados no plano da cidadania plena – deveria ir se constituindo uma estratégica ampla e global para promover e favorecer formas solidárias e humanistas de sociabilidade. Para que estejamos a favor do governo não apenas porque nossa situação individual está melhor, mas porque o principal problema que o Brasil arrasta ao longo do tempo – a desigualdade, a injustiça social, a marginalização das camadas mais pobres – tem tido respostas positivas e sua superação é o principal objetivo do governo.

Foi criada no Brasil uma nova maioria social e politica, que elegeu, reelegeu Lula e elegeu Dilma. Trata-se agora de consolidar essa nova maioria no plano das ideias, dos valores, da ideologia, da cultura. Esse o maior e decisivo desafio, que vai definir a fisionomia do Brasil da primeira metade do século XXI.
Postado por Emir Sader às 04:13
22/04/2011

O assédio que mata.

"Você tem medo de que?"

Essa fala é da banda Titãs.
É uma parte da música "Polícia".
Volta e meia, quando converso com meus colegos de trabalho sobre se envolverem mais nas lutas de nossa categoria...
Percebo sempre, um certo receio nessa conversa...
Receio que se reflete em medo.
Medo de manifestar e colocar o emprego em risco...
Medo de sofrer "perseguição"...
Medo de assédio!
O assédio moral, é uma das principais causas do enfraquecimento de nossa categoria.
Isso é fato!
E, esse absurdo deve ser denunciado.
Deve ser combatido...
Encontrei no sítio da revista "Brasil Atual" uma matéria tratando desse assunto.
A matéria faz referência ao lançamento de um livro que aborda a questão do suicídio no trabalho.
Onde a principal causa é o assédio moral!
O livro ainda vai ser lançado e será com certeza uma ferramenta no combate a essa atrocidade.
Buenas!
Reflexos de um modelo de sociedade?
...
Vou reproduzir aqui a matéria:

'Sociedade esconde o suicídio no trabalho', diz psicólogo

Nilson Berenchtein Netto considera que a organização capitalista da sociedade colabora para que suicídios decorrentes de assédio moral sejam encobertos
Para especialista, suicídio decorre da forma violenta em que as relações sociais se estabelecem.  
Editado pelo Sindicato dos Químicos de São Paulo, o livro "Do Assédio Moral à Morte em Si - Significados Sociais do Suicídio no Trabalho" será lançado no próximo dia 28, no Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho. Além de focalizar o suicídio como resultado do assédio, a obra busca fundamentos para contrapor a argumentação criada de que adquirir transtornos em ambiente de assédio seria sinal de "fraqueza" do trabalhador.
A organização dos textos selecionados para a publicação é feita por três especialistas em saúde no trabalho. Margarida Barreto, médica do Trabalho e pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/SP), Lourival Batista Pereira, coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, e o psicólogo e Mestre em Psicologia Social pela PUC/SP, Nilson Berenchtein Netto. Em entrevista à Rede Brasil Atual, Netto fala sobre a abordagem do tema, as deficiências nos programas de orientação aos trabalhadores, entre outros pontos.

Confira a seguir a entrevista na íntegra.
RBA – O livro aborda um tema ainda delicado na visão da maioria das pessoas, que é o suicídio. Como esse assunto foi tocado?
Antes, a ideia era falar exclusivamente da questão do suicídio. Mas, conforme a gente foi escolhendo os autores e tendo mais participação, fomos vendo que era importante incluir questões ligadas ao assédio e a violência em um âmbito geral e mais especificamente no trabalho. Tem um dos capítulos que faz um resgate histórico na questão da violência e do assédio, que muitas vezes está ligado aos casos de suicídio.
O suicídio relacionado ao trabalho é um tema que vem crescendo estrondosamente, e não é uma novidade. Esta questão existe desde a antiguidade. Em si, não é um assunto novo, mas a forma como ele está se dando é muito característico da forma com a sociedade em que a gente vive está organizada, do modo de produção capitalista. Apesar de não ser uma novidade, este tipo de suicídio não alarmava tanto. Nos últimos dez anos o número de suicídios evidentemente relacionados ao trabalho cresceu enormemente e fica realmente difícil esconder isso. Em geral, o que a sociedade costuma fazer? Esconde o fato.
RBA – E o assédio moral no local de trabalho parte, majoritariamente, de que grupos? Dos patrões ou dos colegas em posição hierarquicamente similar?
Em geral, parte de uma pessoa que está hierarquicamente acima do sujeito, mas algumas vezes ocorre dos pares – que são aqueles que estão na mesma posição hierárquica do assediado. A figura do patrão nem sempre aparece. Quem faz (a ação de pressão moral) geralmente é a gerência ou a chefia imediata. 
Na sociedade capitalista, a violência faz parte da forma com que as pessoas se relacionam. Não dá pra pensar em um capitalismo sem violência, ela é inerente ao modo de produção capitalista. A exploração do homem pelo homem não está apartada da violência.
Uma coisa que é importante lembrar é que, durante oito horas por dia, ele (o trabalhador ou trabalhadora) está sofrendo isso (assédio) no local de trabalho, mas quando ele está fora (o assédio) também faz parte da vida dele, de um modo (psicologicamente) muito forte. O cara sai de lá (do local de trabalho) exausto do cansaço físico e também entristecido e muitas vezes com raiva e impotência frente à violência que ele vem sofrendo. Ele chega na casa dele desse jeito e, no dia seguinte, tem que levantar e voltar ao trabalho. No fim de semana, ele também está envolvido por este problema.
RBA – Quais são os sinais de danos mentais e físicos que o trabalhador que sofre assédio moral apresenta?
Em geral, a tristeza, a vontade de não ir trabalhar, a falta de vontade de se relacionar com as pessoas (principalmente as do ambiente de trabalho), até mesmo de falar sobre a situação, são algumas coisas (sinais) que podem denunciar o problema.
RBA – Citando o caso de empresas, como algumas conhecidas pela grande ocorrência de suicídio dentro do ambiente de trabalho, já existem as que desenvolvem programas de humanização das relações de trabalho?
A empresa chinesa Foxconn, por exemplo, tem um programa horroroso. Ela chegou a desenvolver um contrato em que as pessoas se comprometem a não se matar e, caso se matem, garantem que a culpa não seria da empresa. Este é o nível do absurdo. O suicídio é um tabu no mundo todo, e não é só no mundo do trabalho que se tenta disfarçá-lo. Hoje, os índices de suicídio que mais crescem mundialmente, inclusive no Brasil, são entre jovens na faixa de 15 e 25 anos, que estão na escola - ou ao menos deveriam estar - e estão prestes a entrar no mercado de trabalho, ou jovens que já estão trabalhando.
O que acontece nestes espaços, principalmente escolas que teriam objetivo de fazer os estudantes desejarem a vida, que faz as pessoas desejarem a morte? O problema é que a forma de lidar socialmente com este fenômeno tenta justamente ofuscar esta questão e apagar esta relação que se estabelece de suicídio no trabalho. Vão falar que o suicida é um sujeito que está se matando por problema dele, porque ele tem uma doença mental ou que é incompetente e estava deprimido por outros motivos familiares ou pessoais. Mas, muito raramente, vai se assumir que este suicídio está relacionado ao trabalho.
Uma coisa que tenho escutado muito em palestras e discussões é que, quando a pessoa começa a dar sinais de depressão ou até mesmo comete uma tentativa de suicídio, é dispensada do trabalho para não estabelecer o vínculo trabalho-suicídio. As pessoas não se incomodam que ele morra, desde que não seja no local de trabalho.
Outra questão são os programas de prevenção. Algumas companhias já os têm e a própria Organização Mundial de Saúde desenvolveu um cartilha sobre a situação. Mas o problema é que a cartilha produzida é para orientar os patrões a como impedir o ato suicida no (local de) trabalho. A gente tem que fazer uma discussão que é totalmente o contrário, criar formas de o trabalhador se sentir apoiado e seguro em seu emprego.
Além disso, este tipo de orientação dada pela OMS às empresas visa fazer com que o indivíduo permaneça vivo, mas não dá condições para ele entender o porquê de querer morrer. Ou seja, obriga a pessoa a continuar naquela vida que a leva a desejar a própria morte.
RBA – O que poderia ser feito para melhorar o ambiente de trabalho? Acha válida as atividades nas comissões de trabalhadores para discutir estes pontos?
Na minha opinião, os sindicatos são um dos principais agentes nesta questão da prevenção do suicídio. O patrão tem que fazer o que lhe cabe, a responsabilidade dele dentro da empresa, mas o que eu estou querendo dizer é que os trabalhadores não podem largar na mão dos patrões as suas vidas. Então é essencial (a atuação sindical) para a discussão da saúde no trabalho.
RBA – E para os que sofrem assédio mas, por um fator ou outro, se sentem presos ao emprego? Como proceder?
Mais uma vez, os sindicatos vão ter um papel fundamental. É lá que o trabalhador poderá fazer suas denúncias, ser ouvido e acreditado. Muitas vezes, dentro do local de trabalho, além de sofrer toda a violência e assédio que sofrem, os trabalhadores não têm espaço para falar sobre o problema. Ou porque é desacreditado, ou porque os colegas não desejam compartilhar o sofrimento, até por não quererem ser envolvidos e não sofrerem igualmente.Por: Leticia Cruz, Rede Brasil Atual
Publicado em 21/04/2011, 12:30
Última atualização em 22/04/2011, 14:31

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Mercado e seus interesses!

Olha como o capital manda em tudo mesmo!
Reproduzo texto do editorial do sítio "Carta Maior":

ANACRÔNICOS NEM A FIESP, NEM O FMI DEFENDEM MAIS O QUE A ORTODOXIA APREGOA PARA O BRASIL. 
1)BC recusa choque ortodoxo, ainda assim eleva juro em 0,25%. Quanto isso custa? Resposta da FIESP: "
mais R$ 4,5 bilhões (...)com este acréscimo, o Brasil poderia  construir 3 mil escolas e erguer e aparelhar 180 hospitais".2)Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI
defende o controle de capitais e exemplifica com o caso brasileiro: 'Se você acha que os mercados de capitais não trabalham de forma perfeita, algo em que todos nós poderemos concordar a esta altura, depois do que vimos acontecer, então você vai querer ter ferramentas (como o controle de capitais)  para reduzir riscos, para influenciar comportamentos. Há circunstâncias em que fluxos de capitais levam a riscos... Por exemplo, se empresas brasileiras tomam empréstimos em Nova York em dólares e você está preocupado com a possibilidade de um risco cambial excessivo (...) Se você puder interromper o fluxo de capitais... essa é a coisa certa para fazer (...) Muitos economistas acreditavam que, se a inflação fosse estável, as questões do desemprego e do hiato do produto estariam superadas. Com frequência, esse não é o caso (...) você pode ter inflação estável ... mas nos bastidores pode estar criando problemas financeiros(...) Essa é a essência da crise atual'. (Valor, 20-04)
(Carta Maior; 5º feira, 21/04/2011)
 
Em tempo: Segue um link de um texto publicado por Emir Sader sobre essa elevação da taxa de juros e o que ela representa...

A mídia e seus interesses!

"O capital manda em tudo."

Essa fala foi feita por um Professor, meu colega, durante uma de nossas manifestações junto com o nosso sindicato, por um reajuste salarial digno, decente.
Conversávamos sobre como o dinheiro, o capital, interfere na organização coletiva de diferentes grupos sociais.
Uns vão à luta por causa dele e outros se afastam, por causa do mesmo capital, com medo de perdê-lo.
E, comentamos também como a mídia interfere nesse processo.
Pois, a mesma, está do lado onde está o dinheiro, o capital...
Que, no caso de Chapecó, não é diferente...
A mídia toda é completamente parcial...
Tem lado...
O lado de quem está com o dinheiro...
A elite empresarial que administra essa cidade (que aqui é de direita, do DEM, sempre é bom lembrar).
Buenas, encerramos nossa conversa com a fala lá de cima, feita pelo meu colega Professor.
E, esses fatos estão no nosso dia-a-dia...
Para exemplificar o que escrevo aqui, vou reproduzir um texto publicado no sítio "Observatório da Imprensa":
É a lógica presente...
Reflexos de um modelo de sociedade.

MÍDIA COMERCIAL
A lógica implacável da mercadoria


Não há qualquer novidade, mas o registro em certas ocasiões – quase um desabafo indignado – se torna obrigatório: a lógica dentro da qual opera a mídia comercial coloca seus interesses empresariais acima de literalmente tudo, ignorando os valores fundamentais da convivência humana em busca de suas metas de lucro.
Não é necessário refazer análises sobre a comprovada relação entre o entretenimento violento, as coberturas jornalísticas da violência e o aumento da própria violência na sociedade (ver, por exemplo, neste Observatório, "A violência urbana e os donos da mídia" e "A mídia e a banalização da violência").
Alguns fatos recentes apenas comprovam o que já se sabe. Confirma-se a hipocrisia ilimitada da grande mídia comercial que, apesar de conhecer perfeitamente as consequências de seus atos, finge não ter nada a ver com o que acontece. Afinal, o Ibope confirma que os índices de audiência das redes Globo e Record cresceram significativamente com a cobertura da tragédia em Realengo (ver aqui).
A lógica do esporte na TV
Há, todavia, um outro lado da lógica do entretenimento associado às transmissões esportivas que nem sempre transparece para o grande público.
Depois do acidente de ônibus com a delegação do Vôlei Futuro, que seguia para o primeiro jogo da fase semifinal da Superliga Feminina contra o Sollys/Osasco, na terça-feira (12/4), iniciou-se uma imensa pressão da TV Globo e da Confederação Brasileira de Vôlei para o cumprimento do calendário e a realização das partidas.
O Twitter de uma das jogadoras foi reproduzido em post no blog do comentarista Bruno Voloch, na quinta-feira (14), e revela a verdadeira dimensão da perversidade desumanizada que opera nessas circunstâncias. Transcrevo:
"Indignada com a CBV, Joycinha desabafa: ‘A TV está pressionando, mas somos seres humanos’
"A pressão da TV Globo e da CBV pela realização da primeira partida semifinal entre Osasco e Vôlei Futuro até o próximo dia 19, deixou revoltada a oposta Joycinha do time de Araçatuba.
"Através do Twitter, a jogadora reclamou e se mostrou indignada:
"‘Nesse momento não tem que pensar em televisão. A televisão está pressionando, mas tem que lembrar que somos seres humanos’.
"Joycinha não economizou críticas aos responsáveis pela superliga:
"‘Psicologicamente estamos muito abaladas. Fisicamente, também não estamos legal. Estamos bem, mas para jogar vôlei, cair na quadra e saltar, não. É preciso ter o mínimo de bom senso’.
"Joycinha está com vários hematomas no rosto e com dores no pescoço.
"Conforme o blog informou, a CBV colocou à disposição do Vôlei Futuro as datas entre 15 e 19 de abril para a realização da primeira partida. A TV Globo não admite a idéia de fazer a decisão da superliga em maio e a data para a decisão está marcada para 30 de abril no Mineirinho em Belo Horizonte."
O que se pode fazer?
A saída para escapar à lógica comercial prevalente na grande mídia é o fortalecimento do sistema público que, pelo menos em tese, coloca o interesse público em primeiro lugar.
Quem sabe, viveremos para ver um marco regulatório que coloque efetivamente em funcionamento o princípio da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal de radiodifusão que adormece há mais de 22 anos no artigo 223 da Constituição?
A ver.

Por Venício A. de Lima em 19/4/2011

É melhor desligar a TV e ler um livro!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Boa notícia!

Reproduzo post do sítio "Tijolaço".
Que traz uma noticia em que a Presidenta Dilma afirma que quer baratear os preços dos computadores ao consumidor.
Bom!
Muito bom.
E mais importante ainda, é a implantação do Plano Nacional de Internet Banda Larga.
Popular, de acesso à toda população e, principalmente, de qualidade.
Buenas!

Dilma quer computador mais barato no Brasil

“A presidenta da República, Dilma Rousseff, afirmou que quer baratear os preços dos computadores ao consumidor e fazer com que eles sejam acessíveis para qualquer brasileiro. Em entrevista ao programa de rádio Café com a Presidenta, apresentado hoje. Dilma disse que os acordos fechados com a China deverão ajudar a diminuir o preço de aparelhos eletrônicos por aqui. E destacou que não seremos uma simples plataforma de montagem: “Nós vamos ter muito trabalho pela frente, vamos ter de formar brasileiros e brasileiras capacitados para trabalhar nesta área de tecnologia de informação. Mas uma coisa é certa: as empresas não estão vindo para cá por acaso. No ano passado, o Brasil foi o terceiro país que mais vendeu computador no mundo, e isso significa um grande mercado potencial.”
Dilma também falou na necessidade de mudar o perfil de nosso relacionamento comercial com a China, exportanto produtos mais elaborados.
-Quando o presidente Lula esteve pela primeira vez na China, nós evoluímos muito no volume do nosso comércio, e a China tornou-se o nosso maior parceiro comercial. Essa parceria tem sido boa em vários setores. Nós realizamos, por exemplo, várias pesquisas e iniciativas na área de satélite, lançamos, juntos, três satélites, e agora vamos lançar o quarto e o quinto.(…)Mas, ainda, queremos mais. Hoje, nós vendemos muita matéria-prima para a China, queremos vender a matéria-prima, mas também queremos vender os produtos mais elaborados. Vou explicar um exemplo: o produto que mais vendemos para os chineses é o minério de ferro. Queremos, também, vender aço e mesmo produtos acabados de aço.
Sem o Agnelli na Vale vai ser possível.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Valorização Já!

Não preciso de intermediários para conversar com meus colegas de trabalho”.

Essa fala é do Prefeito de Chapecó.
Feita em uma "reunião" hoje à tarde.
Os "intermediários, no caso, são o Sindicato e seus sindicalizados...
E, os "colegas", no caso, quem são???
Será que são aqueles que, no ano passado, receberam até 100% de aumento real em seus salários???
Buenas...
Nesta reunião (?),  o Prefeito na presença de seus "colegas", encaminhou uma proposta de reajuste salarial para os servidores do município de Chapecó.
A proposta, que é uma vergonha, "dá" um reajuste de 7,5% mais 1% de progressão por mérito.
Além disso, reajusta o "auxílio" alimentação em R$ 210,00.
Mas, o mais interessante disso é como é informada essa "baita" notícia.
O Prefeito afirma dar um "aumento" de 8,5% e que chega em 23% de "ganho real", quando comparado a anos anteriores.
Bah!
É pra acabar...
Desses 7,5%, 6,3 são da projeção da inflação acumulada entre 2010 e 2011, obrigatório, diga-se de passagem...
1% de progressão por mérito, não é "aumento", tanto pelo valor como pela questão legal...
Progressão por mérito é direito previsto no Estatuto dos Servidores, portanto é Lei...
É obrigação da Administração (que aqui é do DEM, sempre é bom lembrar) PAGAR, progressão por mérito...
Assim como, a reposição da inflação acumulada...
Então, não tem nada de "aumento"...
E, muito menos de "ganho real"...
É direito!
Obrigação do Prefeito e de qualquer empregador...
Isso, sem falar no "auxílio" alimentação...
Como próprio nome já diz, é auxílio não é salário...
Não implica em aumento real no piso salarial...
Além do que, pode ser retirado da folha de pagamento...
Conforme "interesses" da administração municipal (do DEM, sempre é bom lembrar)...
Bah!
Essa propaganda enganosa vem sendo "aplicada" há sete anos...
Chega!
É hora de mudança!
Valorização é DIREITO de todos os Trabalhadores e Trabalhadoras.
Coisa que, não acontece em Chapecó!
E, é sempre bom lembrar também, que...
Ano que vem...
Tem ELEIÇÃO!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Reflexos de um modelo de Sociedade!

"...aconteceu e, vem acontecendo todos os dias..."

Essa fala é minha.
De quando me referi ao "humano em detrimento".
Pretendo encerrar esse assunto (da tragédia) por hora...
Mas, o debate em torno do que acontece e vem acontecendo deve continuar...
Reflexos de um modelo de Sociedade!
...
Reproduzo aqui, um texto muito educativo...
Publicado pela Professora Ana Flávia Ramos, no sítio "Viomundo".

"Nenhuma escola é ilha".

Tragédias como a ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, sempre provocam grande comoção pública, indignação e, obviamente, tristeza pelas muitas crianças perdidas no atentado. Além desses sentimentos, tais fatos provocam também um grande tsunami de “especialistas”, mobilizados em velocidade estonteante pela mídia, para dar laudos e explicações quase matemáticas sobre as motivações do assassino. O atirador Wellington Menezes de Oliveira, segundo as informações desses “cientistas da tragédia” (que variam de “criminólogos” a policiais militares), era tímido, solitário, filho adotivo, “usuário” constante do computador (a “droga” dos tempos modernos segundo os “analistas”), ateu, islâmico, fanático, fundamentalista, portador do vírus da AIDS e, provavelmente, vítima de bullying na escola.
Certamente não há como contestar que todo ato humano, e por isso histórico, se explica a partir da análise de uma cadeia de relações complexas. Como digo aos alunos, nada tem resposta simples e direta. Entretanto, o tipo de questão levantada para entender o terrível ato de Wellington Menezes de Oliveira diz muito mais sobre nós mesmos do que sobre ele. Todos os nossos preconceitos estão embutidos nessas respostas. De fato, não sabemos, e talvez nunca saibamos, por que exatamente ele atirou contra cada uma das crianças (em sua maioria meninas), assim como não sabemos sobre as reais motivações dos muitos atentados como esse, ocorridos em países como Estados Unidos e Dinamarca. Mesmo depois de tudo o que se discutiu, ainda é difícil, por exemplo, explicar Columbine (abril de 1999).
Uma das coisas que mais tem me chamado a atenção é a recorrência da explicação que elege o bullying escolar como um dos fatores que podem desencadear esse tipo de ato violento. A explicação não é nova, Columbine é prova disso. Há mais de dez anos atrás, dois meninos entram em uma escola, de capa preta (quase como em um filme hollywoodiano) e atiram em seus colegas. “Especialistas”, gringos agora, se apressam em dizer as razões: divórcio nas famílias, videogames, filmes violentos, Marilyn Manson, porte de armas facilitado e, como não poderia faltar, bullying na escola.
É inegável que o bullying é uma realidade. É indiscutível que ele é extremamente nocivo e doloroso aos alunos que sofrem com ele. É evidente que há urgência em iniciar um debate para saber como sanar o problema. Mas a pergunta que fica é: o que de fato é o bullying? Ele é um sinal (histórico) de que? E ainda mais: ele é um problema restrito à escola? Por que os alunos são tão cruéis com seus colegas?
Michael Moore, cineasta norte-americano explosivo, tentou dar a sua interpretação para o atentado de Columbine com o documentário Bowling for Columbine (2002).  Moore, ao invés de repetir os clichês da mídia, foi implacável na destruição do senso comum das justificativas moralistas para o evento. Item por item, desde a desagregação da família, Manson, até a polêmica questão do porte de armas foram desconstruídos em sua narrativa. O foco centrou-se em respostas muito mais interessantes, localizadas não nos dois jovens assassinos, mas na sociedade americana. O imperialismo militarista dos Estados Unidos, a ação violenta em outros países, a política do medo (incentivada pelo Estado e pela grande mídia), que reforça e superestima dados sobre a violência urbana, sobre o fim de mundo, e, principalmente, a intolerância com todo tipo de diferença. Racismo, preconceito, homofobia, conflitos religiosos e luta de classes são só alguns dos ingredientes do caldeirão de ódios em que se transformou a sociedade americana.
Como crescer no Colorado, na “livre” América, e não ser conspurcado por esses valores? Como não idolatrar armas e achar que elas são um meio prático de solucionar problemas? Como viver imune a uma sociedade individualista, capitalista, que divide os seus cidadãos o tempo todo em “winners” e “losers”? E mais ainda, como não se deixar levar por uma sociedade que até hoje não consegue lidar com a diferença entre brancos e negros? Uma sociedade que até os anos 1960 não oferecia direitos, oportunidades e tratamentos iguais a todos os seus cidadãos, tem o que para oferecer ao pensamento dos estudantes? Os americanos, ainda hoje, estão preparados para o respeito à diferença? A relação que eles mantêm com os muçulmanos diz muito. Definitivamente a liberdade e o respeito ainda não se transformaram em uma unanimidade por lá.
É claro que mesmo Moore não chega a dar respostas definitivas sobre a questão. E mais ainda: é evidente que ele considera a forma pela qual a instituição ESCOLA trata seus alunos (hierarquias e classificações hostis), ignorando muitas vezes o bullying, tem sua responsabilidade no massacre. Assim como é nítido que a venda facilitada de armas e munição são coadjuvantes importantes da história. Mas Moore foi corajoso ao lançar em cada um dos americanos a responsabilidade da tragédia e discutir aquilo que ninguém teve coragem (ou má fé) de fazer. Nem a mídia, nem o governo, nem a sociedade. É preciso encarar os “monstros”, com franqueza, e não apenas “satanizar” o ambiente escolar, para dar algum significado para esses eventos.
Ontem no Terra Magazine o antropólogo Roberto Albergaria afirmou que a mídia e a sociedade brasileira desejavam o impossível: explicações para um “desvario sem significado”. Segundo ele, o que Wellington Menezes praticou foi o que os estudos franceses chamam de “violência pós-moderna”, caracterizada por uma ruptura irracional, sem explicação. De fato, talvez tenha sido um “ato irracional”, fruto de um momento de insanidade. Mas acredito que esse tipo de resposta não nos ajuda a resolver coisas importantes sobre nós mesmos. A tragédia no Realengo, a meu ver, pode e deve ser início de um debate importante sobre a nossa sociedade.
A tragédia na escola do Rio de Janeiro acontece num contexto bastante relevante. Em outubro de 2009, Geyse Arruda foi hostilizada por seus colegas de faculdade porque, segundo eles, ela não sabia se vestir de modo “apropriado” para freqüentar as aulas. Em junho de 2010, Bruno, goleiro do Flamengo, é suspeito de matar a ex-namorada, Elisa Samudio, por não querer pagar pensão ao filho. Suposta garota de programa, Samudio foi hostilizada na opinião de muitos brasileiros. Após rompimento, Mizael Bispo, inconformado, mata sua ex-namorada Mércia Nakashima em maio de 2010. Em novembro de 2010, grupos de jovens agridem homossexuais na Avenida Paulista, enquanto Mayara Petruso incita o assassinato de nordestinos pelo Twitter. E mais recentemente, em cadeia nacional, Jair Bolsonaro faz discurso de ódio contra homossexuais e negros. Tudo isso instigado e complementado pelo discurso intolerante, preconceituoso, conservador e mentiroso do candidato José Serra à presidência da República. A mídia? Estava ao lado de Serra, corroborando em suas artimanhas, reforçando preconceitos contra Dilma, contra as mulheres e contra os tantos mais “adversários” do candidato tucano.
Wellington matou mais meninas na escola carioca. Se, por um lado, jamais saberemos as reais razões que o fizeram agir dessa forma, por outro sabemos o quanto a sociedade brasileira tem sido, no mínimo, indulgente com atos de intolerância, machismo, ódio e preconceito contra mulheres, negros e homossexuais. Se não há uma ligação direta entre esses diversos acontecimentos, eles pelo menos nos fazem pensar o quanto vale a vida de alguém em um contexto de tantos ódios? Quantas mulheres morrerão hoje vítimas do machismo? Quantos gays sofreram violência física? Quantos negros sentirão declaradamente o ódio racial que impregna o nosso país? O que é o bullying se não o prolongamento para a escola desse tipo de mentalidade? Quantas pessoas apoiaram as declarações de ódio de Bolsonaro via Facebook? Aquilo que acontece no ambiente escolar nada mais é do que um microcosmo do que a sociedade elege como valores primordiais. E o Brasil, que por tanto tempo negou a “pecha” de racista e preconceituoso, vê sua máscara cair.
Não adianta culpar o bullying, achando que ele é um problema de jovens, um problema das escolas. Não adiante grades e detectores de metal nas entradas ou a proibição da venda de armas. Como professora, sei que o que os alunos reproduzem em sala nada mais é do que ouviram da boca de seus pais ou na mídia. Não adianta pedir paz e tolerância no colégio enquanto a mídia e a sociedade fazem outra coisa. Na escola, o problema do bullying é tratado como algo independente da realidade política, econômica e social do país. Mas dá pra separar tudo isso? Dá pra colocar a questão só em “valores” dos adolescentes, da influência do malvado do computador ou dos videogames? Ou é suficiente chamar o ato de Wellington de uma “violência pós-moderna” sem explicação? Das muitas agressões cotidianas, a da escola do Realengo é apenas uma demonstração da potencialidade de nossos ódios. A única coisa que me pergunto é: teremos a coragem de fazer esse tipo de discussão?

Ana Flávia C. Ramos é professora, historiadora pela Unicamp

Um texto do Emir (3)!!!

"É esse o cenário em que deve ser avaliado o governo Dilma, nos seus avanços e nos problemas que têm pela frente, nos seus milhares de outros dias".

Essa fala é de Emir Sader.
Feita em seu texto, publicado no sítio "Carta Maior".
Que vou reproduzir mais abaixo...
No texto, vamos encontrar uma excelente análise de conjutura e avaliação do Governo Dilma.
E, para isso nada melhor do que Emir Sader.
Pelo menos pra mim...
Buenas!

Dilma como sucessora de Lula


Os 100 dias podem ser representativos ou não de um governo. Pela primeira vez temos uma presidenta eleita como sucessora e não como oposição, dando continuidade a um governo de sucesso sem precedentes na história politica brasileira e ao maior líder popular do país depois de Getúlio Vargas.
A posse de FHC chegou a ser saudada pelo principal órgão tucano na imprensa com um caderno especial que anunciava a “Era FHC” – deferência que Lula que, sim, instaurou uma nova era no país, não recebeu – e que se perdeu na intranscendência, quando foi ficando claro que FHC era apenas o capitulo nacional dos presidentes neoliberais da região, acompanhando a Menem, Fujimori, Carlos Andrés Perez, Salinas de Gortari, entre outros, no fracasso e na derrota.
O balanço dos 100 primeiros dias de Lula prenunciava as armadilhas em que cairiam seus críticos, tanto à direita, como à esquerda. Os primeiros buscaram desconstruir sua imagem de representante do movimento popular, dando ênfase à continuidade e à dissolução assim das novidades tanto tempo anunciadas pelo PT, especialmente a prioridade do social. Os críticos de esquerda se apressaram, numa linha similar, a dissolver o governo Lula num continuismo coerente com o governo neoliberal de FHC, apelando para os tradicionais epítetos de “traição”, ”capitulação”, ”conciliação”. O governo Lula estava condenado, pelas duas versões, já nos seus primeiros 100 dias.
O enigma Lula – título do capitulo do meu livro “A nova toupeira” que analisa o "decifra-me ou te devoro" em que constituiu Lula para seus adversários – não tardaria em descolocar esses críticos de direita e de ultraesquerda e derrotar a ambos. Não por acaso na sua sucessão ambos se aliaram contra ele, seja pela força popular que este havia adquirido, seja porque disputavam os supostos méritos de derrota-lo pela campanha de denuncias.
Ambos foram derrotados, quando ficou claro que os 100 primeiros dias eram transição da “herança maldita” – uma espécie de acumulação primitiva – para a geração das condições de um modelo econômico e social de retomada do desenvolvimento e de distribuição de renda, que responderia pelo sucesso inquestionável dos dois governos Lula.
Os 100 dias do governo Dilma são inéditos, por serem continuidade de um governo e de uma liderança de sucesso inéditos no Brasil e, de alguma forma (como apontou Perry Anderson em seu artigo sobre O Brasil de Lula, na London Review of Books), no mundo. Discutia-se, há alguns meses, o que seria o pós-Lula: se o oportunismo de Serra ou o “poste” da Dilma. Nem um, nem outro.
Da mesma forma que a anunciada ruptura de Lula em relação a FHC fez com que se pusesse a ênfase nos elementos de continuidade , deixando de lado as rupturas na politica internacional – com a consequente e transcendental reinserção do Brasil no campo internacional – e as novas politicas sociais que começavam a se esboçar e a ganhar prioridade -, agora se busca destacar as diferenças. Os dois enfoques se equivocaram e se equivocam: o governo Lula não foi continuidade do governo FHC e o governo Dilma não é de ruptura em relação ao governo Lula.
Os elementos essenciais do governo Lula se mantem e se reforçam com Dilma: o modelo econômico e social sofre as adequações que o próprio Lula teria feito, a partir de elementos novos, como a conjuntura econômica internacional, com os fatores cambiários em continuidade com o peso que foram tendo ao longo dos últimos dois anos, em particular. O governo busca enfrentar seus desafios, na estreita ponte entre evitar o descontrole inflacionário, sem aprofundar os desequilíbrios na balança comercial, circunstância que tem no manejo da taxa de juros e de outros instrumentos contra a valorização excessiva da moeda suas difíceis alavancas. O governo Lula não teria feito nada de muito diferente, não por acaso há continuidade nos cargos econômicos, até com maior homogeneidade, pelas mudanças no Banco Central.
Da mesma forma que as politicas sociais preservam seu papel central no modelo que articula o eixo fundamental do governo: desenvolvimento com combate às desigualdades sociais. O PAC continua blindado aos ajustes orçamentários, mantendo seu papel de motor geral do governo na continuidade da expansão econômica e do resgate da pobreza e da miséria no plano social. As adequações do núcleo central do governo melhoraram a harmonia e a capacidade de gestão do eixo essencial que dá continuidade às realizações do governo Lula.
As mudanças tem que ser abordadas no seu marco específico. As da área da saúde se destacam como claramente positivas e dinamizadoras naquele que é um dos problemas sociais mais graves do país – a saúde pública. A Secretaria de Direitos Humanos , em continuidade com o mandato anterior, ganha nova dimensão e capacidade de iniciativa, que a projeta para o centro dos objetivos políticos do governo, com a Comissão da Verdade. O IPEA, felizmente, dá continuidade ao extraordinário trabalho que vinha desenvolvendo. O Ministério das Comunicações, por sua vez, passa a integrar-se nos objetivos fundamentais do governo, assumindo tarefas essenciais na democratização das comunicações no país.
Os problemas – que abordaremos em artigo posterior – têm que ser abordados neste marco: o da continuidade do governo Dilma com o governo Lula, para não se perder em visões impressionantes, ou que isolem aspectos parciais da totalidade do governo ou que se deixem levar por fáceis abordagens jornalísticas – que costumam cair na visão descritiva, nas aparências, sem capacidade de analise politica de fundo e na proporção de vida, das questões.
Os problemas – para enunciá-los já – residem na área econômica: nas dificuldades das medidas de adequação, sem colocar em risco os objetivos centrais do governo. Nas condições socais de realização das obras do PAC – os problemas sociais mais graves que o governo enfrenta. Nos matizes da politica internacional. E na politica cultural.
Mas o principal avanço do governo Dilma está na sua capacidade de ampliar o potencial hegemônico do governo, isto é, de manter o eixo essencial das politicas que marcaram o governo Lula, em um marco de alianças e de legitimidade social e politica mais ampla, estendendo a capacidade de diálogo e interlocução com outros setores sociais – como a classe média –, assim como com a oposição. Nisso consiste a arte essencial da construção de alternativas ao neoliberalismo: avançar em um modelo alternativo, garantindo as condições econômicas, sociais, politicas e culturais de sua reprodução e consolidação. Uma disputa hegemônica em que o governo Dilma herda não apenas um país muito melhor daquele que Lula herdou há 8 anos atrás, mas uma direita enfraquecida, derrota e desmoralizada, tanto no seu vetor politico partidário, como no midiático.
É esse o cenário em que deve ser avaliado o governo Dilma, nos seus avanços e nos problemas que têm pela frente, nos seus milhares de outros dias.

Postado por Emir Sader às 03:55

sábado, 9 de abril de 2011

Ainda há Esperança!

"Organização Coletiva".
Ainda há Esperança!
Reproduzo post do "Blog do Juca Kfouri".

Histórico!

Foto:CBV
O Vôlei Futuro e Araçatuba, no interior de São Paulo, deram uma lição àqueles que, no jogo anterior contra o Cruzeiro, manifestaram-se como pessoas que morrem de medo de ver aflorar seus desejos mais íntimos ao hostilizar o jogador Michael por sua orientação sexual.
Com bastões cor de rosa, com gandulas de rosa e com o líbero Mário Júnior de camisa arco-íris, o Vôlei Futuro satirizou o preconceito (melhor arma não há) e ainda por cima ganhou o jogo, empatando a série semi-final em 1 a 1.
O Vôlei Futuro honrou seu nome ao dar no presente um soco no estômago do passado.
Histórico!
por Juca Kfouri às 12:52
09/04/2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vídeo da Sexta!

Sobre o preço da gasolina!

"Nós não precisamos pagar o pato".

Essa fala é do meu amigo Fernando.
Feita por ele na noite de terça, após nosso "futizinho" no Campeche.
A fala foi feita, após ele pedir uma explicação sobre o aumento do preço da gasolina...
Falamos sobre a entressafra da cana-de-açúcar e também, sobre a guerra da Líbia...
Que afinal de contas, é, obviamente, sobre petróleo...
Bom, eu queria ter escrito sobre isso na terça, mas na correria, acabei esquecendo...
Mas, hoje passando pelo "blog do Nassif", vi uma nota da Petrobras sobre o assunto.
Nota que, vou reproduzir aqui:

O preço da gasolina


Do Blog da Petrobras
7 de abril de 2011 / 12:19
01) Por que a Petrobras Distribuidora não se pronuncia sobre alterações de preços dos combustíveis nos postos?
Porque os preços são livres nas bombas. As distribuidoras de combustível são legalmente impedidas de exercer qualquer influência sobre eles.
Há uma lei federal que impede as distribuidoras de operarem postos. Estes são, em regra, administrados por terceiros, pessoas jurídicas distintas e autônomas.
O mercado da gasolina no Brasil hoje é regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo). Esta lei flexibilizou o monopólio do setor de petróleo e gás natural, até então exercido pela Petrobras (da qual a Petrobras Distribuidora é subsidiária), tornando aberto o mercado de combustíveis no País. Dessa forma, desde janeiro de 2002 as importações de combustíveis foram liberadas e o preço passou a ser definido pelo próprio mercado.
O preço final ao consumidor varia em função de múltiplos fatores como: carga tributária (municipal, estadual, federal), concorrência com outros postos na mesma região e a estrutura de custos de cada posto (encargos trabalhistas, frete, volume movimentado, margem de lucro etc.).
É possível pesquisar sobre o assunto no site da Petrobras ( Composição de Preços) e no da ANP ( dúvidas sobre preço).
02) É verdade que a gasolina é mais cara aqui do que no resto do mundo, apesar de o Brasil ser autossuficiente em petróleo?
No gráfico a seguir é possível comparar os preços da gasolina praticados no Brasil com os preços médios em diversos países.
a) a parcela em verde do gráfico representa o preço da refinaria sem impostos;
b) a parcela em azul representa as margens de comercialização, que oscilam em função do mercado local de venda dos combustíveis;
c) e a parcela em amarelo representa a carga tributária que é a maior responsável pela diferença dos preços entre os países.
Observa-se, também, que os valores cobrados no Brasil encontram-se alinhados com os preços de outros países que possuem mercados de derivados abertos e competitivos.
Preços Internacionais de Gasolina – média 2010
Obs: O teor de álcool anidro na Gasolina C se manteve em 25% ao longo do ano, exceto no período de fevereiro a março, quando o percentual foi reduzido para 20%.
Elaboração: Petrobras com dados do Banco Central, ANP, USP/Cepea, ENAP(Empresa Nacional Del Petróleo – Chile), ANCAP (Admisnistración Nacional de Combustibles, Alcohol y Portland – Uruguai) e PFC Energy.
Margens de Distribuição e Revenda obtidas por diferença. Câmbio considerado = 1,7602 (média da PTAX diária em 2010).
Constata-se, desta forma, que a Petrobras, a Petrobras Distribuidora e as demais distribuidoras não possuem ingerência total na cadeia de formação de preço do produto comercializado ao consumidor. Todos os demais agentes envolvidos podem contribuir na sua variação (para maior ou para menor).
Postos de serviço e distribuidoras podem praticar margens variáveis conforme seus planos comerciais, visto que os preços não são tabelados nem estão sob controle governamental.
03) Toda vez que o preço do álcool sobe, também aumenta o da gasolina?
As usinas de cana-de-açúcar produzem dois tipos de álcool: o anidro, que é adicionado pelas distribuidoras à gasolina; e o hidratado, que passou a ser chamado de etanol.
Assim, o período de entressafra da cana-de-açúcar pode provocar alta tanto no preço final da gasolina – em virtude da escassez do álcool anidro, misturado à gasolina, hoje na proporção de 25% – quanto no preço final do etanol. Mas não é uma regra, já que vários fatores interferem no preço final do combustível.  Confira no  site da Petrobras.
04) A Petrobras é a única fornecedora de gasolina no Brasil?
Ao abastecer seu veículo no posto revendedor, o consumidor adquire a gasolina “C”, uma mistura de gasolina “A” com álcool anidro. Nesta época do ano, a chamada entressafra da cana-de-açúcar, o preço do álcool sobe, impactando o preço da gasolina.
A gasolina “A” pode ser produzida nas refinarias da Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.), por outros refinadores do País, por formuladores, pelas centrais petroquímicas ou, ainda, importada por empresas autorizadas pela ANP.
As principais distribuidoras, como a Petrobras Distribuidora e outras (consulte o Sindicom), compram a gasolina “A” da Petrobras, a maior produtora do Brasil.
Em bases e terminais, essas distribuidoras fazem a adição do álcool anidro, adquirido junto às usinas produtoras (consulte www.unica.com.br), gerando a gasolina “C”.
A proporção de álcool anidro nessa mistura (25%) é determinada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA), vide Resoluções da ANP.
Assim, por meio de milhares de postos revendedores presentes no Brasil, as distribuidoras comercializam a gasolina “C” para todos os consumidores.
Leia também a nota de esclarecimento divulgada pela Gerência de Imprensa da Petrobras